Aquando da morte do narcotraficante Pablo Escobar, há quase 20 anos, ficou-se a saber que este era colecionador de animais de grande porte, principalmente originários de África, e muitos deles mantiveram-se na sua antiga propriedade por não se saber o que se havia de fazer com eles. Entre estes, havia um pequeno grupo de hipopótamos constituído por duas fêmeas, adquiridas num zoo dos Estados Unidos, e um macho, que Pablo Escobar tinha adquirido num outro local.

Agora, passados muitos anos, aquele pequeno grupo de hipopótamos reproduziu-se e já são cerca de 40 os animais que formam a manada. O grupo vive em quase completa liberdade numa represa do rio que passa dentro da antiga propriedade do narcotraficante, e são já mais de 150000 visitantes que todos os anos se dirigem ao local para observar os animais.

Os hipopótamos são alimentados por tratadores, já que a região não oferece alimento em quantidade para tantos animais, mas não lhes é prestado qualquer outro tipo de assistência. Assim, este é o único local do mundo fora do continente africano onde hipopótamos se reproduzem em liberdade.

Este número de animais, que encontrou aqui condições excepcionais para se reproduzir, não deixa de preocupar as autoridades, já que há bem poucos anos um pequeno grupo, constituído por um macho e algumas fêmeas, abandonou o local e foi colonizar um novo rio, o que levantou problemas de segurança para as populações ribeirinhas e acabou por levar ao sacrifício dos animais do grupo, já que se tornava inviável o seu transporte de regresso ao local de onde tinham saído. Há suspeitas de que outros hipopótamos estejam já a povoar outros locais, embora ninguém o queira assumir, pois a população local acabou por condenar o sacrifício da manada que tinha fugido.

Uma vez que não há possibilidade de enviar os animais de volta para África, o seu território ancestral, as autoridades começaram já um processo de esterilização das fêmeas, para evitar que a manada continue a aumentar e que invada os rios da região, colocando em risco as populações que aí vivem. Os hipopótamos vivem cerca de 50 anos, pelo que se espera que, no máximo nessa altura, o problema se resolva naturalmente com a morte de todos os elementos do grupo, evitando assim ter que sacrificar para já mais animais.
Até lá, o local vai funcionar como zoo, contando com a presença de outros animais e diversos tipos de atracções turísticas.

Um cidadão sul-africano foi morto no passado fim-de-semana pelo seu hipopótamo de estimação, que o próprio dizia não ser minimamente perigoso. Marius Els ficou conhecido quando, no princípio deste ano, deu algumas entrevistas em que dizia que o seu hipopótamo Humphrey, de 6 anos, que tinha domesticado desde os cinco meses, era como um filho para ele.

Foi um dos maiores narcotraficantes de todos os tempos - pelo menos, dos conhecidos – e, como muitos destes homens, gostava de levar uma vida em grande e impressionar os amigos e inimigos com ideias megalómanas.